As suas preferências desta sessão foram atualizadas. Para alterar permanentemente as configurações da sua conta, acesse
Lembre-se de que é possível atualizar o país ou o idioma de sua preferência a qualquer momento em
> beauty2 heart-circle sports-fitness food-nutrition herbs-supplements pageview
Clique para ver nossa Declaração de Acessibilidade

Probióticos e Enzimas Digestivas Podem Criar Harmonia no Intestino?

76,441 Visualizações

anchor-icon Índice dropdown-icon
anchor-icon Índice dropdown-icon

Seu intestino parece uma zona de guerra? Para muitas pessoas, a resposta é sim. Nos Estados Unidos, pesquisas indicaram que mais da metade dos adultos sofre de desconforto crônico intestinal ou estomacal. Outros estudos apresentam números similares na Ásia, Rússia e Europa. Muitas pessoas podem encontrar uma solução parcial ou completa de muitos problemas intestinais alterando a dieta, consumindo probióticos e/ou fazendo suplementação com enzimas digestivas. Nós discutiremos os benefícios de cada abordagem. 

Há mais de 2000 anos, Hipócrates afirmou: “todas as doenças começam no intestino”. É importante não só entender a causa do problema intestinal, como também a forma como os probióticos e as enzimas digestivas podem ajudar a restaurar o equilíbrio.

Principais causas de sintomas intestinais crônicos ou intestino permeável:

  • Crescimento excessivo de bactérias prejudiciais ao intestino 
  • Alergias e sensibilidades alimentares
  • Insuficiência de enzimas digestivas

Algumas soluções holísticas:

  • Alterações na dieta: Evite alimentos que promovem sintomas (laticínios, trigo, milho e soja são os mais comuns)
  • Uso de probióticos de linhagens específicas para aumentar a diversidade de bactérias intestinais
  • Suplementação com enzimas digestivas para ajudar na absorção de nutrientes

Por que tantas pessoas sofrem de problemas gastrointestinais?

As principais teorias de hoje propõem que a maioria dos problemas digestivos é resultado de mudanças rápidas de ambiente, alimentos e agricultura. Essas mudanças, em conjunto com novas abordagens para o processamento de alimentos, têm afetado a composição de nossa dieta, a quantidade de consumo de alimentos e a qualidade do que comemos, o que nos deixa mais propensos a alergias e intolerâncias alimentares. A maioria dos médicos concordaria que nós definitivamente temos mais problemas do que as gerações passadas. 

Os fabricantes de alimentos estão usando mais pesticidas, antibióticos, hormônios de crescimento e outras “inovações” para aumentar o rendimento dos produtos. Porém, essa abordagem tem consequências. Acredita-se que os humanos não evoluíram de forma rápida o suficiente para acompanhar as alterações nos nossos alimentos.

Além disso, o uso excessivo de antibióticos em humanos e animais (mesmo quando não é necessário), bem como a grande dependência de antiácidos das pessoas, são fatores contribuintes que também podem prejudicar a saúde intestinal. 

Isso cria desequilíbrios que levam a inflamações no intestino, e pode induzir ou piorar a situação de muitos problemas gastrointestinais. Algumas pessoas sugerem que precisamos voltar a ao estilo de alimentação de nossos ancestrais caçadores/coletores. Esse é um argumento comum para as pessoas que promovem a dieta paleo (paleolítica) ou dieta primal.

Durante a última década, nós aprendemos muito sobre a importância de um sistema digestivo em bom funcionamento. Hoje, acredita-se que até mesmo problemas médicos como refluxo, síndrome do intestino irritável (SCI), doença de Crohn, doença celíaca e colite ulcerativa podem ser causadas por nossas mudanças em nutrição e microbiota intestinal. 

Estudos demonstram que a suplementação com probióticos não só podem afetar positivamente nossa microbiota, como também podem melhorar a situação de problemas não tradicionalmente associados à saúde intestinal. 

Doenças não intestinais que também podem apresentar melhora com o uso de probióticos:

  • Ansiedade e depressão
  • Alergias e doenças autoimunes
  • Doenças do coração
  • Hipertensão
  • Colesterol alto
  • Resistência à insulina, pré-diabetes e diabetes
  • Doenças dos rins
  • Obesidade e sobrepeso

A história dos probióticos

O uso de alimentos fermentados e seus benefícios em potencial tem sido ponderado por muito tempo na comunidade científica. A humanidade tem consumido alimentos fermentados desde 10.000 A.C., e eles eram consumidos por seus benefícios à saúde. 

Algumas das primeiras pesquisas sobre os probióticos foram conduzidas por Elie Metchnikoff, em 1905, quando ela descobriu que a população búlgara que ela estudou apresentava um aumento na longevidade devido ao uso de produtos fermentados de leite. O primeiro registro histórico de um probiótico sendo isolado foi em 1917, quando Alfred Nissle isolou uma linhagem de E. coli que tinha alguns benefícios protetores. Nós também descobrimos que os prebióticos, que são os alimentos que nossas bactérias intestinais consomem, também são muito importantes para nossa saúde.

Devido à sua crescente popularidade, os suplementos probióticos e o interesse no microbiota intestinal têm sido amplamente pesquisados pela comunidade científica. Com essa quantidade de pesquisas, hoje existe uma enorme quantidade de evidências indicando que o uso de suplementos probióticos não só pode afetar positivamente o intestino, mas também a saúde de todo o corpo.

Como os probióticos podem ajudar

Os problemas médicos existentes que os probióticos tratam são conhecidos como “disbiose,” que é basicamente um estado no qual nosso intestino perde a importante diversidade das milhares de linhagens bacterianas que colonizam nosso intestino e nos mantêm saudáveis. 

Além disso, o envelhecimento e nossa dieta de fast food também são fatores que afetam o intestino. Nós também sabemos que bebês que nascem por cesariana, e que não foram amamentados, têm um intestino diferente do que aqueles nascidos de parto normal e que foram amamentados. 

Depois que uma espécie bacteriana do intestino é perdida, ela normalmente é perdida para sempre, Ou, pelo menos, pode levar meses ou anos para recuperar essas linhagens. Não importa quantas mudanças de estilo de vida você faça, você pode não recuperar totalmente a diversidade de bactérias intestinais sem o uso de suplementos probióticos

Depois que os efeitos prejudiciais são removidos, os probióticos podem ajudar a melhorar a saúde do intestino, reavendo a população de bactérias boas e restaurando o equilíbrio da comunidade intestinal.

Apesar dos probióticos poderem ser vendidos como linhagens individuais, muitas fórmulas disponíveis contêm uma combinação de várias linhagens, como as listadas abaixo. A dosagem recomendada normalmente varia de 5 bilhões a 100 bilhões de unidades. Muitas pessoas começam com um valor baixo, e aumentam a dose com o passar do tempo. Essa abordagem pode ser mais simples no sistema digestivo. 

Linhagens bacterianas pesquisadas e usadas nos probióticos:

Linhagens de leveduras benéficas

Uso da suplementação com enzimas digestivas como uma alternativa aos probióticos

Conforme mencionado acima, outra forma de combater intolerâncias alimentares é usar suplementos de enzimas digestivas. A principal filosofia por trás do uso de suplementos de enzimas digestivas é que elas quebram os ingredientes alimentares – que podem não ser bem tolerados – em substâncias mais facilmente digeríveis. A meta é ajudar você a evitar os efeitos colaterais comuns de gases, inchaço ou diarreia. Apesar de ser ideal evitar os gatilhos alimentares, nem sempre isso é possível.

Apesar dos probióticos terem um benefício mais generalizado, como restaurar as bactérias intestinais, tratar problemas intestinais com enzimas digestivas tem um foco terapêutico muito mais específico. O objetivo da suplementação com enzimas digestivas é quebrar os alimentos pouco tolerados ou pouco digeridos. 

Atualmente, o uso de enzimas digestivas não é medicamente aprovado como suplementação probiótica, mas vários estudos demonstraram que elas ajudam a aliviar problemas gastrointestinais, como SCI e inchaços, causados por alimentos pouco tolerados. 

Hoje, eu encorajaria a suplementação com enzimas digestivas para qualquer pessoa que ainda tenha problemas como desconforto abdominal crônico, principalmente depois de testar vários probióticos. Também é comum tomar tanto um suplemento probiótico quanto uma enzima digestiva.

Enzimas digestivas comumente usadas e suas aplicações

  • Enzimas dos laticínios (lactases) – ajudam pessoas sensíveis a laticínios. Elas quebram as moléculas de lactose para evitar sintomas da intolerância à lactose
  • Enzimas proteolíticas (bromelaína, papaína) – ajudam a quebrar proteínas
  • Enzimas do glúten – ajudam a quebrar o glúten
  • Lipases: quebram gorduras e podem reduzir as gorduras nas fezes
  • Alfa-galactosidase: “Beano”, quebra açúcares fermentados e reduz inchaços

A saúde intestinal não é a mesma para todos

Procurar respostas para a pergunta “por que eu tenho tantos problemas com a saúde intestinal?” pode ser algo difícil. A origem dos problemas, para muitas pessoas, provavelmente é multifatorial, e não existe uma abordagem “geral” que se aplique para todos. O intestino é um sistema de órgãos fantasticamente complexo – quando consideramos o microbioma, não existe outra parte do corpo que possa chegar perto desse nível de complexidade, talvez com a exceção do cérebro. 

O corpo humano tem aproximadamente 25.000 tipos de genes diferentes, que ditam toda sua composição. Ainda assim, nós conhecemos mais de 3,3 milhões de genes únicos que existem no microbioma intestinal, o que serve para demonstrar por que há tantos fatores sobre os intestinos que ainda não são completamente entendidos. Com o passar do tempo, tenho certeza que continuaremos a aprender mais sobre esses sistemas 

Referências:

*Special Thanks to Austin Bowden, BS, who helped me conduct research for this article.

  1. Milligan, Phylllis. “New Survey Reveals More than Half of Americans Are Living with Gastrointestinal Symptoms and Not Seeking Care from a Doctor.” New Survey Reveals More than Half of Americans Are Living with Gastrointestinal Symptoms and Not Seeking Care from a Doctor | AbbVie News Center, 2013, news.abbvie.com/news/new-survey-reveals-more-than-half-americans-are-living-with-gastrointestinal-symptoms-and-not-seeking-care-from-doctor.htm.
  2.  Mössner, Joachim, and Volker Keim. “Pancreatic Enzyme Therapy.” Deutsches Aerzteblatt Online, 2011, doi:10.3238/arztebl.2011.0578.
  3. Smits, Samuel A., et al. “Seasonal Cycling in the Gut Microbiome of the Hadza Hunter-Gatherers of Tanzania.” Science, vol. 357, no. 6353, 2017, pp. 802–806., doi:10.1126/science.aan4834.
  4. Barbut, F. “Managing Antibiotic Associated Diarrhoea.” Bmj, vol. 324, no. 7350, 2002, pp. 1345–1346., doi:10.1136/bmj.324.7350.1345.
  5. Ianiro, Gianluca, et al. “Digestive Enzyme Supplementation in Gastrointestinal Diseases.” Current Drug Metabolism, vol. 17, no. 2, 2016, pp. 187–193., doi:10.2174/138920021702160114150137.
  6. Kaur, Nirmal, et al. “Intestinal Dysbiosis in Inflammatory Bowel Disease.” Gut Microbes, vol. 2, no. 4, 2011, pp. 211–216., doi:10.4161/gmic.2.4.17863.
  7. Nath, Arijit, et al. “Biological Activities of Lactose-Based Prebiotics and Symbiosis with Probiotics on Controlling Osteoporosis, Blood-Lipid and Glucose Levels.” Medicina, vol. 54, no. 6, 2018, p. 98., doi:10.3390/medicina54060098.
  8. Liu, Yuying, et al. “Probiotics in Autoimmune and Inflammatory Disorders.” Nutrients, vol. 10, no. 10, 2018, p. 1537., doi:10.3390/nu10101537.
  9. Ciorba, Matthew A. “A Gastroenterologist's Guide to Probiotics.” Clinical Gastroenterology and Hepatology, vol. 10, no. 9, 2012, pp. 960–968., doi:10.1016/j.cgh.2012.03.024.
  10. Tsai, Yu-Ling, et al. “Probiotics, Prebiotics and Amelioration of Diseases.” Journal of Biomedical Science, vol. 26, no. 1, 2019, doi:10.1186/s12929-018-0493-6.
  11. Liu, Yuying, et al. “Probiotics in Autoimmune and Inflammatory Disorders.” Nutrients, vol. 10, no. 10, 2018, p. 1537., doi:10.3390/nu10101537.
  12. Fuller, R. “Probiotics in Human Medicine.” Gut, vol. 32, no. 4, 1991, pp. 439–442., doi:10.1136/gut.32.4.439.
  13. Jia, Kai, et al. “The Clinical Effects of Probiotics for Inflammatory Bowel Disease.” Medicine, vol. 97, no. 51, 2018, doi:10.1097/md.0000000000013792.
  14. Kaur, Nirmal, et al. “Intestinal Dysbiosis in Inflammatory Bowel Disease.” Gut Microbes, vol. 2, no. 4, 2011, pp. 211–216., doi:10.4161/gmic.2.4.17863.
  15.  Sniffen, Jason C., et al. “Choosing an Appropriate Probiotic Product for Your Patient: An Evidence-Based Practical Guide.” Plos One, vol. 13, no. 12, 2018, doi:10.1371/journal.pone.0209205.
  16. Ianiro, Gianluca, et al. “Digestive Enzyme Supplementation in Gastrointestinal Diseases.” Current Drug Metabolism, vol. 17, no. 2, 2016, pp. 187–193., doi:10.2174/138920021702160114150137.
  17. Löhr, J.‐M., et al. “The Ageing Pancreas: a Systematic Review of the Evidence and Analysis of the Consequences.” Journal of Internal Medicine, John Wiley & Sons, Ltd (10.1111), 23 Mar. 2018, onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/joim.12745.
  18. Spagnuolo, R., et al. “P.07.12 Beta-Glucan, Inositol And Digestive Enzymes In Patients With Inflammatory Bowel Disease Associated With Irritable Bowel Syndrome.” Digestive and Liver Disease, vol. 48, 2016, doi:10.1016/s1590-8658(16)30228-6.
  19. Mitea, C, et al. “Efficient Degradation of Gluten by a Prolyl Endoprotease in a Gastrointestinal Model: Implications for Coeliac Disease.” Gut, vol. 57, no. 1, 2007, pp. 25–32., doi:10.1136/gut.2006.111609.

AVISO LEGAL: Este blog não tem a intenção de fornecer diagnóstico... Saiba mais