As suas preferências desta sessão foram atualizadas. Para alterar permanentemente as configurações da sua conta, acesse
Lembre-se de que é possível atualizar o país ou o idioma de sua preferência a qualquer momento em
> beauty2 heart-circle sports-fitness food-nutrition herbs-supplements pageview
Clique para ver nossa Declaração de Acessibilidade

Os benefícios do mexilhão da Nova Zelândia

69,806 Visualizações

anchor-icon Índice dropdown-icon
anchor-icon Índice dropdown-icon

O Mexilhão de lábios verdes, também conhecido como mexilhão da Nova Zelândia (Perna canaliculus), é um crustáceo comum, pescado pelos indígenas neozelandeses, os Maori, e usado de forma medicinal por centenas de anos. Os Maori que vivem perto da costa têm menos sintomas de artrite do que os Maori e europeus que vivem no continente – acredita-se que o mexilhão da Nova Zelândia seja uma grande causa disso.

Mecanismo de ação

Um ingrediente ativo do GLM são ácidos graxos furanos (F-ácidos). Esses compostos são antioxidantes naturais, mas muito raros e potentes. Os F-ácidos são ácidos graxos frequentemente encontrados em algas, o que pode explicar suas propriedades anti-inflamatórias e ser um dos motivos pelos quais o GLL é benéfico. (Outro dos ingredientes ativos do GLM é o Lyprinol, um extrato lipídico que tem propriedades similares a outros ácidos graxos ômega-3 poli-insaturados, que também ajudar).

Os ácidos graxos furanos são ácidos graxos ômega-3, assim como aqueles encontrados no óleo de peixe, que inibem os caminhos da 5-lipoxigenase e da ciclo-oxigenase de forma similar a medicamentos anti-inflamatórios, mas sem os efeitos colaterais. Os caminhos bioquímicos bloqueados são responsáveis pela produção de leucotrienos e prostaglandinas, compostos químicos que causam inflamações.  

Para as pessoas com interesse científico, isso explica porque o GLM pode ser uma boa ferramenta para a asma, a osteoartrite e outros problemas inflamatórios, como a artrite reumatoide. O GLM também tem um efeito benéfico no microbioma intestinal.

O mexilhão da Nova Zelândia como um prebiótico

Existem muitos benefícios à saúde dos prebióticos.  Os probióticos, que podem ser um alimento funcional ou um suplemento consumido por suas bactérias benéficas ao intestino, ajuda a otimizar o microbioma intestinal. De acordo com estudos, o GLM age como um nutriente para as bactérias benéficas do intestino e, quando consumido, encoraja essas bactérias a produzirem ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), substâncias que exercem vários benefícios no corpo. Esse estado melhorado ajuda o corpo a atingir um equilíbrio, conhecido como homeostase, permitindo que o corpo funcione em níveis adequados e reduza a inflamação sistêmica.

Asma

A asma é uma doença inflamatória irreversível dos pulmões, que ocorre quando os músculos em volta do tecido pulmonar se contraem. Durante um ataque de asma, é difícil respirar.  

No mundo todo, 300 milhões de pessoas sofrem de asma, enquanto quase 250.000 pessoas morrem da doença a cada ano. Durante o ataque de asma, uma pessoa pode sentir sintomas como chiados, tosse e falta de ar. Certos fatores, em conjunto com infecções respiratórias ou, às vezes, alergias ao pólen ou a pelos de animais, podem iniciar um ataque. A obesidade, definida como um índice de massa corporal acima de 30, duplica o risco de uma pessoa desenvolver asma.

Também existe um tipo de asma conhecido como asma induzida pelo exercício (AIE) que ocorre durante a atividade física. Pessoas que têm esse tipo de asma frequentemente precisam usar seus medicamentos antes ou depois do exercício para conseguirem respirar facilmente. Existem abordagens naturais para a asma, e o GLM é uma das que algumas pessoas acham útil.

O GLM pode ser útil na redução dos sintomas de asma, de acordo com um estudo de 2002. Além disso, de acordo com um estudo de 2013, o GLM pode ser benéfico na redução de chiados e da falta de ar, permitindo que as pessoas que sofrem da doença tenham uma menor necessidade de usar seus inaladores. Se você toma medicamentos, consulte seu médico antes de parar qualquer tratamento.

Osteoartrite

A osteoartrite, normalmente, resulta de um “desgaste” geral das articulações. Ela acontece devido à destruição da cartilagem, que age como um amortecimento que cobre o osso. Sinais precoces de osteoartrite podem se iniciar quando um indivíduo tem cerca de 40 anos, e podem progredir com a idade. As articulações podem ser macias, mas raramente ficam inchadas.

Traumas nas articulações, em qualquer idade, também podem levar à osteoartrite na área afetada. Quando meu filho Joshua estava no sexto ano, ele quebrou o cotovelo jogando basquete. Ele passou por uma cirurgia e teve um pino posicionado, para que o osso pudesse ser colocado de volta no lugar. Aos 20 anos, ele tem uma forma leve de osteoartrite na articulação do cotovelo. Isso é comum para muitas pessoas que já tiveram traumas ligados às articulações. A dor e a rigidez costumam ser piores durante o tempo frio.

Um estudo do ano 2000 demonstrou os efeitos anti-inflamatórios do GLM em pessoas com artrite, bem como o nível geral de segurança quando comparado a anti-inflamatórios não esteroides.

Um estudo de 2008 comparou o lyprinol, um extrato do GLM, ao naproxeno presente no azeite de oliva. Utilizando roedores com artrite, os pesquisadores demonstraram que o extrato do GLM foi melhor na redução da inflamação. Um estudo de 2012, com 80 pacientes com osteoartrite e com duração de 12 semanas, não demonstrou uma redução significativa na dor ligada à artrite utilizando uma escala de dor padrão, mas os pesquisadores notaram que as pessoas que tomaram o GLM utilizaram menos acetaminofeno (paracetamol), o que sugere que tiveram menos dor. Um estudo de 2018 também demonstrou os benefícios do GLM na redução da dor da osteoartrite. Eu também encontrei relatos do GLM sendo dado a cães com artrite. Os relatos foram favoráveis, indicando que os cães se sentiam melhores quando tomavam esse anti-inflamatório.  Aparentemente, tanto humanos quanto nossos animais de estimação idosos podem se beneficiar dos anti-inflamatórios da natureza.

Artrite reumatoide

A artrite reumatoide é o resultado de uma doença autoimune, na qual o sistema imunológico ataque o revestimento das articulações. Isso resulta na destruição da cartilagem, e pode ocorrer em qualquer idade. Existe até uma forma chamada de artrite reumatoide juvenil (ARJ) que, como o nome sugere, pode afetar crianças. Ela tem início dentro de algumas semanas ou meses, com rigidez das articulações pela manhã, que pode se estender por mais de uma hora. Muitos pacientes apresentam problemas intestinais associados e, no geral, muitos se sentem fadigados(as) e indispostos(as).

Devido ao efeito anti-inflamatório do GLM, foi proposto em estudos que esse suplemento pode ser benéfico na redução de inflamação em pessoas com artrite reumatoide. Um estudo de caso do ano 2000 relatou um paciente com artrite reumatoide que se beneficiava da suplementação com GLM, enquanto um estudo de 2007, publicado na BMC Complementary and Alternative Medicine, sugeriu que o GLM pode ser um suplemento benéfico em pessoas com artrite reumatoide. Até hoje, a quantidade de estudos é limitada, e um benefício definitivo não pode ser sugerido até que mais pesquisas sejam feitas. Porém, não há evidências de danos causados pelo GLM.

Dores musculares

As dores musculares são um sintoma comum em pessoas que participam de exercícios atléticos ou rotineiros, além de pessoas que fazem trabalhos manuais. Frequentemente, tomamos medicamentos anti-inflamatórios ou até relaxantes musculares. Porém, efeitos colaterais, como desconforto estomacal, úlcera péptica e sonolência limitam o seu uso. Muitas pessoas preferem alternativas naturais.  

Apesar do magnésio ser uma opção decente para espasmos musculares, o GLM pode ser considerado para ajudar com a dor nos músculos, de acordo com um estudo de 2015. Um estudo de 2013 demonstrou que corredores de longa distância que tomaram um suplemento de mexilhão da Nova Zelândia tiveram menos dores musculares quando comparados a aqueles que não tomaram. Esse é um bom suplemento para se adicionar no armário de remédios se você for fisicamente ativo(a).

TDAH

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é um problema comum que afeta crianças, adolescentes e até adultos. A terapia atual foca em comportamento, mudanças alimentares e, quando isso não é suficiente, medicamentos. Muitos pais se preocupam com a terapia de medicamentos, pois a classe de remédio escolhida costuma ser a de estimulantes. Esses medicamentos têm efeitos colaterais e podem elevar a pressão arterial, suprimir o apetite e, algumas vezes, afetar a personalidade de formas indesejadas.

É comum que as pessoas busquem terapias naturais para ajudar com o tratamento. Estudos indicaram que pessoas com TDAH tendem a ter níveis menores de ácidos graxos essenciais no sangue. Como resultado, a terapia com esses ácidos graxos é considerada.

Um estudo de 2017 envolvendo 144 crianças forneceu a metade delas um combinado próprio de mexilhão da Nova Zelândia, enquanto a outra metade recebeu um placebo. As crianças foram acompanhadas por 14 semanas. Com base nos resultados, os pesquisadores concluíram que o GLM pode ser útil na redução da hiperatividade e na desatenção em crianças com TDAH. Esse resultado é consistente com outros estudos, incluindo uma meta-análise, que indica o benefício dos ácidos graxos essenciais no tratamento de pessoas com sintomas de TDAH. Devido ao perfil de segurança do GLM, esse é suplemento é frequentemente considerado.

Segurança

No geral, este suplemento parece ser seguro. Enquanto fazia pesquisas para este artigo, eu só encontrei um relato de um caso de uma paciente de 79 anos, que sentia dor abdominal e enzimas hepáticas elevadas enquanto tomava o suplemento de GLM. Porém, não foi possível comprovar que essa foi a causa. A paciente se recuperou sem incidentes. Além disso, para pessoas que alérgicas a crustáceos, esse suplemento deve ser evitado.

Suplementação

A não ser que você esteja viajando para a Nova Zelândia, você provavelmente não encontrará este tipo de mexilhão no menu dos restaurantes locais. Por isso, consumir um suplemento de GLM é a segunda melhor opção. A dose sugerida é de 500 mg a 1.500 mg uma ou duas vezes por dia, ou conforme indicado no rótulo.

Referências:

  1. Comp Biochem Physiol B Biochem Mol Biol. 2007 Aug;147(4):645-56. Epub 2007 Apr 14. Novel anti-inflammatory omega-3 PUFAs from the New Zealand green-lipped mussel, Perna canaliculus.
  2. Saltzman ET, Thomsen M, Hall S, Vitetta L. Perna canaliculus and the Intestinal Microbiome. Mar Drugs. 2017;15(7):207. Published 2017 Jun 30. doi:10.3390/md15070207
  3. Eur Respir J. 2002 Sep;20(3):596-600.
  4. Respir Med. 2013 Aug;107(8):1152-63. doi: 10.1016/j.rmed.2013.04.010. Epub 2013 May 7.
  5. Allerg Immunol (Paris). 2000 Sep;32(7):272-8.
  6. Eur Ann Allergy Clin Immunol. 2008 Dec;40(4):148-53.
  7. Stebbings S, Gray A, Schneiders AG, Sansom A. A randomized double-blind placebo-controlled trial to investigate the effectiveness and safety of a novel green-lipped mussel extract -BioLex® -for managing pain in moderate to severe osteoarthritis of the hip and knee. BMC Complement Altern Med. 2017;17(1):416. Published 2017 Aug 22. doi:10.1186/s12906-017-1907-9
  8. Br J Sports Med. 2018 Feb;52(3):167-175. doi: 10.1136/bjsports-2016-097333. Epub 2017 Oct 10.
  9. Br J Nutr. 2001 Mar;85(3):251-69.
  10. Sheila L. M. Gibson.The Journal of Alternative and Complementary Medicine.Aug 2000.ahead of printhttp://doi.org/10.1089/10755530050120727
  11. Lawson BR, Belkowski SM, Whitesides JF, Davis P, Lawson JW. Immunomodulation of murine collagen-induced arthritis by N, N-dimethylglycine and a preparation of Perna canaliculus. BMC Complement Altern Med. 2007;7:20. Published 2007 Jun 11. doi:10.1186/1472-6882-7-20
  12. Mickleborough TD, Sinex JA, Platt D, Chapman RF, Hirt M. The effects PCSO-524®, a patented marine oil lipid and omega-3 PUFA blend derived from the New Zealand green lipped mussel (Perna canaliculus), on indirect markers of muscle damage and inflammation after muscle damaging exercise in untrained men: a randomized, placebo controlled trial. J Int Soc Sports Nutr. 2015;12:10. Published 2015 Feb 19. doi:10.1186/s12970-015-0073-z
  13. Parletta N, Niyonsenga T, Duff J. Omega-3 and Omega-6 Polyunsaturated Fatty Acid Levels and Correlations with Symptoms in Children with Attention Deficit Hyperactivity Disorder, Autistic Spectrum Disorder and Typically Developing Controls. PLoS One. 2016;11(5):e0156432. Published 2016 May 27. doi:10.1371/journal.pone.0156432
  14. Kean JD, Sarris J, Scholey A, Silberstein R, Downey LA, Stough C. Reduced inattention and hyperactivity and improved cognition after marine oil extract (PCSO-524®) supplementation in children and adolescents with clinical and subclinical symptoms of attention-deficit hyperactivity disorder (ADHD): a randomised, double-blind, placebo-controlled trial. Psychopharmacology (Berl). 2016;234(3):403-420.
  15. Chang JP, Su KP, Mondelli V, Pariante CM. Omega-3 Polyunsaturated Fatty Acids in Youths with Attention Deficit Hyperactivity Disorder: a Systematic Review and Meta-Analysis of Clinical Trials and Biological Studies. Neuropsychopharmacology. 2017;43(3):534-545.
  16. Abdulazim A, Hädrich M, Montani M, Semmo N. Acute Hepatitis Induced by Lyprinol, the Lipid Extract of the Green-Lipped Mussel (Perna canaliculus), in a Patient with Polyarthrosis. Case Reports Hepatol. 2012;2012:135146.

AVISO LEGAL: Este blog não tem a intenção de fornecer diagnóstico... Saiba mais